"Névoas e Brumas"
(Henrique Zamith)
Condensam-se os vapores e as neblinas
Lindos contornos traçam...
Amanhece... Distendidas, assim, são as cortinas
Que sobre a Terra alguma virgem desce...
E o prado inteiro em névoas se embranquece...
São flâmulas que passam nas campinas
Mal o dia no céu nos aparece
Em prenúncio de névoas peregrinas!
Eu também trago a névoa dentro d'alma,
Que em flébeis contornos se distende,
Que em flâmulas alvíssimas se espalma!
Névoas e brumas, vós sabeis asinhas
São as tristezas que ninguém entende,
Que nascem n'alma, mas, que são só minhas...
(Barra Mansa, 09/04/1917)
"Fugace"
(Henrique Zamith)
Passas airosa e num saleiro excitas
Os insensíveis corações humanos;
Em ti há vivas graças, infinitas,
Há tristezas cruéis, há desenganos!
Quantos sonhos de amor e quantas ditas
Não se transformam em cruéis enganos
Quando teus olhos brandamente fitas,
Verdes assim, da cor dos oceanos!
Ante a beleza enorme de teu vulto,
Da graça infinita de um meneio!
Quero-te e de querer-te não me canso...
E... no fervor fatal desse meu culto
Penso atingir-te, mas... não te alcanço!
(Barra Mansa, 21/04/1917)
Pouco conhecido pelos moradores de nossa cidade, Henrique Zamith foi de extrema importância no cenário educacional, cultural e judiciário de sua época, suas poesias são de uma beleza que nos emociona!
ResponderExcluirSalve, Zamith!!! Meu mentor intelectual!!! E VIVA O DIA DA POESIA!!!
ResponderExcluirBonita história...grande homem...importante escola...
ResponderExcluirParabéns Professora Lélia pelo belo trabalho!
O blog cada dia nos surpreendendo mais, muito boa a poesia!!! Viva nossos Poetas!!!
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